Por que será que Jesus escolheu Zaqueu?
Nos tempos do Novo Testamento,
ninguém era mais odiado pela ala religiosa, do que os cobradores de
impostos; também chamados de publicanos. Essa gente, judia por
nascimento, por motivos pessoais, tornavam-se fantoches nas mãos do
opressor Império Romano. O papel dos tais era arrecadar o dinheiro do
povo, para alimentar a máquina do sistema.
O Governo lhes concedia autonomia, para
extorquir do povo em geral, se possível, até a última moeda. Numa
espécie de concurso público, tornava-se um publicano aquele candidato
que aceitasse como comissão a menor taxa de juros. Depois de assumir o
cargo, aproveitavam-se da situação e se o imposto a arrecadar era dez
cobravam-se doze e embolsavam a diferença. Foi assim que muitos
acumularam riquezas.
Neste contexto, era prática comum no
Império tornarem os endividados em escravos. Ou ainda, aqueles que não
conseguissem quitar suas dívidas tinham os seus filhos vendidos. A carga
tributária cobrada aos mais ricos era absurda, e isto,
irremediavelmente, recairia sobre os mais pobres, aumentando assim o
comércio de escravos. Perguntamos: quantas famílias não foram
dissolvidas por conta da ganância dos publicanos?
No Novo Testamento, dois coletores de
impostos se sobressaem: um foi Zaqueu – o que subiu na árvore para ver
Jesus -, e o outro foi Levi.
É difícil para uma mente religiosa
compreender, como o Senhor Jesus pôde ter escolhido como discípulo,
justamente alguém advindo desse meio: um homem, que enriqueceu a custa
da miséria alheia.
O sistema religioso da época ensinava
que para ser aceito por Deus, era necessário fazer coisas, antes de ser.
Sendo assim, o ser humano precisava provar ser merecedor do perdão divino, para enfim desfrutá-lo.
O Senhor Jesus inaugura um conceito
completamente diferente, quando é convidado por Levi para um jantar de
despedida. Na casa, estava o rol dos pecadores mais odiados de Israel.
Jesus senta-se à mesa, e desfruta de companhia de gente marginalizada
pelos religiosos. Mas o que estava por vir seria o que realmente
chocariam os fariseus:
Disse Jesus: “...Eu não vim chamar os justos, e sim, os pecadores ao arrependimento” (Lc.5:32).
Jesus compareceu ao banquete de
cobradores de impostos pela mesma razão que um médico vai ao hospital
fazer cirurgias: É ali que é necessário!
Naquela noite, Jesus esteve cercado por
pessoas que nunca se aproximariam de Deus, dos Templos, ou dos
representantes dEle, mas Deus, na Pessoa do Senhor Jesus, com Seu amor
incondicional, se aproximou deles, para dar-lhes a chance de Salvação, de que outro modo, jamais seria possível!
Dentre tantos salvos ali, o principal
fora o dono da casa, Levi, que é o sobrenome do discípulo que conhecemos
como Mateus – o autor do primeiro Evangelho.
A conclusão que chegamos é que não há
nada que o ser humano possa fazer que leve Deus a amá-lo mais ou menos.
Na realidade, não somos nós quem O aceitamos, mas Ele, em Sua grande
misericórdia, nos aceita tal como somos. Por isso, despeça-se do pecado,
e se entregue a Ele!
Fonte: Arca Universal.
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